segunda-feira, 30 de novembro de 2015

      
o seguinte texto ira contar um pouco, o que lembro na verdade, sobre minha vida escolar, relatar como eram as aulas, falar um pouco dos professores que marcaram este período de min ha vida, e de como ocorria as avaliações.  





  Um relato sobre minhas avaliações ( Silvana Silva)

Avaliar não se resume em medir ou classificar o conhecimento do educando, pois este não se mede nem ao menos se classifica, mas sim em identificar seu conhecimento sobre alguma disciplina, ou área, e assim poder interferir, se necessário, para que seu conhecimento se torne algo solido. Depois de muito estudar, ler textos, e entender um pouco sobre o real sentido de avaliar, fui desafiada com a proposta de relembrar o processo de avaliação, o qual vem participando como aluna, para assim poder perceber de outra forma o verdadeiro processo de avaliar nas escolas do brasil.
Desde o começo de minha vida escolar, ate onde lembro, a avaliação como na maioria das escolas são provas subjetivas, de marca x, verdadeiro ou falso, as quais no final e feito um calculo e dada uma nota. Quando esta nota esta abaixo do padrão exigido, no meu caso maior ou igual a sete, e feita uma nova avaliação, a chamada recuperação. A recuperação serve para melhorar a nota, como já diz a frase anterior “melhorar a nota”, e não o conhecimento do aluno, onde ele demostrou através da nota que não adquiriu o conhecimento necessário.
Quando o conhecimento necessário não e adquirido pelo aluno, no meu ver o professor tem como obrigação rever, ou corrigir junto ao aluno sua prova, assim explicar a ele onde estão seus erros, além de dialogar um pouco com seu aluno para poder entender onde esta sua dificuldade e agir exatamente naquele ponto, ao qual o aluno não consegue entender. Nas vezes em que fiz recuperação raramente o professor fez uma revisão do assunto, e nunca nenhum de meus professores mim explicou o que eu havia errado na prova.
Pra falar a verdade o processo escolar e falho desde o principal, ou seja, a partir do momento que o professor começa explicar o conteúdo para a prova, o aluno não estimulado a aprender ama, mas sim a decorar. Em muitas de minhas avaliações o professor deu o conteúdo, logo após fez um exercício com 10 questões onde tinha que decorar todas, pois cinco daquelas questões cairia na prova. Quando isto realmente acontecia tudo bem, mas quando o professor mudava as questões?
Pois bem, tanto já aconteceu comigo quando já ouvi reclamações de outros alunos dizendo: mas o professor não passou esta questão! Como e que eu ia saber responder? Como falei inicialmente esta e uma das reclamações de vários alunos. Diante destas situações podemos levantar um questionamento de por que muitos professores fazem esse tipo de coisa, que só vem prejudicar o aprendizado do aluno? Onde deveria acontecer o contrario, o professor deve ajudar o educando facilitando sua aprendizagem.
O professor deve ser o principal mediador do aprendizado, pois e ele quem conduzira o aluno no melhor caminho pra se buscar o conhecimento, pelo menos era assim que deveria ser, mas infelizmente e uma realidade ainda distante das escolas brasileiras, principalmente as publicas. Mesmo assim ainda a professores interessados na aprendizagem do aluno, vivi isso principalmente no ultimo ano do meu ensino médio, onde meu professor de física deixa de dar o assunto que fazia parte do planejamento da disciplina, para focar no conteúdo que iria cair no vestibular. Mas na verdade, hoje depois de muito estudar sobre avaliação da aprendizagem, tenho uma duvida se ele fez isto pensando na aprendizagem de nos educandos ou em nos treinar para passar no vestibular e fazer com que o nome da escola estivesse no ranguina das que mais aprovam alunos no vestibular.
O questionamento acima se deve principalmente ao ver que hoje as escolas buscam muito alcançar a sua fama na época de vestibulares, treinando seus alunos. No do município onde eu moro, o nome dos alunos e anunciado na radio da cidade, e já fazia muito tempo que esta escola cursou o terceiro ano tinha uma quantidade significativa de alunos aprovados nos vestibular, escola onde há alguns anos atrás era referencia do vale, mas que há algum tempo passava por problemas administrativos. Lembro-me bem que foram anunciados na radio do município a quantidade e nomes dos alunos aprovados naquele ano, e ate hoje e assim, isto acontece de maneira ainda mais visível com as escolas privadas aqui do vale, que fazem ate outdoor para anunciar seus alunos, assim aumentando sua fama.
Quando relembro o ambiente escolar, juntamente com os períodos de avaliações, também vêm em mente as competições que existiam entre os alunos, que queriam alcançar as maiores notas. Sempre existia aquela turminha que se consideravam os melhores, mas sem saber eles que nota não mede conhecimento de ninguém. Essas competições também aconteciam entre turmas, pois nesta escola que estudei a quantidade de alunos era bem grande, assim tinham as turmas do terceiro ano A, B, C e Dom as competições eram comuns entre estas turmas, e ainda por cima tinha aqueles alunos que agradavam o professor, mais conhecidos como “babões”, para terem uma maior notar de participação no final do semestre.
Falando em participação, também eram muito comuns os pontos de participação, estes pontos eram dados aos alunos que participavam oralmente da aula, e muitas vez, principalmente nas disciplinas de calculo o aluno era convidado a responder uma questão no quadro e assim ganhava um ou dois pontos na prova, e existia também o tipo de exercício pontuado. Estes tipos de atividades eram usados para estimular os alunos, segundo os professores, e os alunos eram levados por isso, pensavam que chegando ao final dos semestres quando o professor ia calcular sua media e juntava aqueles pontos iria obter uma nota maior, isto realmente acontecia, e assim o tal aluno ficava se achando o melhor, sem saber que seu conhecimento poderia ser ate menor do que o outro colega que ficou com uma mediam mais baixa.
Chegando a época do resultado dos vestibulares a tensão aumentava, e a competição mais ainda, quem havia tirado a maior nota? De quem foi a melhor colocação? Bom, as comparações aconteciam ali mesmo nos corredores e salas de aula, quem tinha tirado uma boa nota tinha o maior gosto de falar em voz alta quando seus colegas passavam, para que eles escutassem e soubessem que ele era o “melhor”. Sem falar que ainda tinham aqueles alunos que vinham desde cedo passando por uma dificuldade na escola, e quando chegava à prova do vestibular marcava as alternativas fazendo “une duni d” e mesmo assim passavam no vestibular e ficavam com uma impressão que tinham adquirido o conhecimento necessário.
Revendo todas essas questão também nota que o método de ensino utilizado pelos professores sempre foram os mesmos, desde o fundamental ate agora na universidade. Para reforçar esta situação irei usar um exemplo que vivi dentro da universidade em uma disciplina de programação. Esta disciplina e uma das que mais reprovam na área, vários alunos trabalham em seus Tacos para saber por que isto acontece muito desses alunos e orientado pela professora que ministra aulas da disciplina, e sempre vem à mesma resposta, que os alunos se dedicam pouco, porque e uma disciplina complicada, e tal. Mas para mim o problema esta no método que o professor utiliza, pois já tentei pagar esta disciplina três vezes com o mesmo professor, e ele nunca mudou seu método de ensino.
Avaliação deveria ser utilizada para ajudar os educadores a observar as dificuldades, limites de seus alunos, para assim melhorarem a educação, além disso, também para que eles pudessem avaliar a si mesmo, para sempre que possível mudarem seus métodos de ensino, buscando florescer em seus alunos um conhecimento solida e duradouro. Sendo assim e notório que este processo de avaliar vem acontecendo posto de maneira errada desde a época de meus avós, pais passando por mim e hoje e provavelmente pelos meus filhos também. Ainda a um grande caminho a ser trilhado para que a avaliação deixe de ser um instrumento de verificação, sendo assim cabe a nós licenciando da atualidade, a mudar esta perspectiva da avaliação da aprendizagem.     

A avaliação não esta sendo praticada nas instituições de educação, o que vem ocorrendo e a verificação principalmente através de notas, medidas. Quando essa verificação e feita e o resultado e insatisfatório nada e feito para concertar a situação, e este ato vai gerando dificuldades para o aluno em toda sua vida escolar.      



VERIFICAÇÃO OU AVALIAÇÃO: O QUE PRATICA A ESCOLA? – Cipriano Carlos Luckesi. (síntese)

O seguinte texto, com autoria de Luckesi, trata-se de uma analise critica que ira expor a real situação da pratica escolar, que terá como principal objetivo responder a seguinte pergunta: a configuração formada pelos dados da pratica escolar, referentes aos resultados da aprendizagem dos educandos, define-se como verificação ou avaliação? a resposta dada será através de relatos de consequências para a pratica docente.
A aferição e uma pratica  que mede o aproveitamento escolar, baseando-se em medir o aproveitamento escolar, transformar esta medida em nota ou conceito e utilizar os resultados identificados. Nas escolas a aprendizagem dos alunos e medida através da quantidade de acertos de questões em uma prova, ou qualquer outra atividade, sendo assim a pratica escolar se baseia em medidas.
Luckesi coloca em seu texto a seguinte questão: sendo precária ou não, e importante compreender que na aferição da aprendizagem, a medida e uma ato necessário, assim tem sido pratica nas escolas.  Sendo assim ele acredita que a medida seja necessária no primeiro momento, pois e a partir dela que se pode dar um outro passo para a aferição da aprendizagem.
A segunda pratica do professor referente a aferição do aproveitamento escolar, esta relacionada a conversão da medida em notas ou conceito, no caso de notas seria dar valores numéricos como por exemplo, dez, oito, um, e assim por diante, e o conceito seria através de letras como SR(sem rendimento), SS (superior) ou por palavras denotativas como excelente, muito bom, regular, médio e assim por diante. Depois se e dada uma media, utilizando-se das notas, para se obter um resultado final da aprendizagem do educando no bimestre ou ano letivo, o autor assim coloca que mesmo nesta situação ainda ocorre uma indevida substituição da qualidade pela quantidade , tornando-se possível, mesmo que impropriamente, uma media de conceitos qualitativos.
Por ultimo, depois de obtidos os resultados, o professor pode apropriasse dos resultados para registrar em seu diário escolar, oferecer  oportunidade ao aluno de uma nova aferição ou aproveitar esses resultados e atentar para s dificuldades e trabalhar junto aos alunos em novos métodos para que eles aprendam aquilo que tinham que aprender, para no final obter o resultado desejado da aprendizagem.  
Quando se tem uma resultado final insatisfatório e dito a o aluno que ele vem a melhorar sua nota, mas não que estude a fim de obter um melhor aprendizado. Segundo Luckesi, do ponto de vista educativo, motivar o aluno a subir sua nota e não a aprendizagem passa a ser um desvio, para se buscar a mesma, mesmo assim e possível obter uma aprendizagem efetiva. A terceira e ultima utilização dos resultados seria utiliza-lo para despertar nos alunos uma aprendizagem ativa, inteligível, consistente. Contudo esta não tem sido a conduta adotada pelos educadores escolares.
            Diante das situações mencionadas logo acima, e possível notar que a aferição da aprendizagem escolar vem sendo praticada, na maioria das vezes, para classificar os alunos através de suas notas, em aprovados ou reprovados. Mesmo quando e obtido um resultado negativo de aprendizagem e dada uma nova oportunidade ao aluno, prevalece o ao de “melhorar” a nota do educando, para que assim ele seja aprovado.
               Verificar seria buscar “ver se algo é isso mesmo...”, “investigar a verdade de alguma coisa...”. O processo de verificar começa com a observação, obtenção, analise de sínteses ou dados de um objeto ou ato a ser verificado, e termina no momento em que se alcança uma conclusão. Além disso a verificação não implica que o sujeito retire dela novas e significativas consequências.
              Avaliar seria “dar valor a...”, atribuindo um valor ou qualidade a alguma coisa, que vem a implicar num posicionamento positivo ou negativo de algo, podendo assim ter uma tomada de decisão favorável ou desfavorável ao objeto avaliado, podendo haver uma consequente decisão de ação. O ato de avaliar sugere um valor ou qualidade a um objeto, que por sua vez e comparado com um determinado padrão de qualidade estabelecido para aquele objeto, assim se pode obter um posicionamento, e a diante uma nova decisão, de manter o objeto como esta ou atuar sobre ele.
           Diante dos conceito que Luckesi descreveu para verificação e avaliação, e percebendo que a verificação e uma ação que “congela” o objeto e a avaliação vem por sua vez direcionar o objeto numa trilha dinâmica de ação, afirma que as escolas brasileiras vem atuando com verificação e não com avaliação da aprendizagem. Denota que a resultado da aprendizagem esta sendo usado para classificar o educando, e assim se encerrando, nada decorrendo daí.
           Vendo que são muitos poucos os professores que praticam o ato de avaliar, e assim compreendem os avanços, limites e dificuldades que os educandos estão passando, Luckesi mais uma vez reforça a ideia de que a pratica educacional brasileira vem, quase que na totalidade, operando como verificação. Isto vem causando um processo negativo para a melhoria da qualidade e do nível de aprendizagem dos educandos e desenvolvendo um ciclo de medo nas crianças e jovens pela reprovação.
            Se utilizando de fatos do cotidiano, que comprovam que o movimento real da aferição da aprendizagem escolar se resume em um ato de verificação e não de avaliação, e tendo em vista que a avaliação seria o método mais indicado para a melhoria dos resultados da aprendizagem do educando, Luckesi propõe no decorre do texto alguns encaminhamentos para a melhor forma de condução do ensino escolar.
            Em primeiro lugar propõe o uso da avaliação do aproveitamento escolar, que não venha a ser a aprovação ou reprovação do educando, mas o direcionamento que o educando venha a adquirir conhecimentos e desenvolve-los. Mas para que a avaliação seja utilizada de forma correta e necessário seguir um padrão mínimo de conhecimento, habilidades e hábitos  que os educandos devem adquirir, diferentemente de notas, como ocorre hoje nas escolas. Com isto Luckesi exemplifica no texto um tipo de avaliação que ele acha ser conveniente para garantir a socialização do saber no contexto escolar.
           Se pararmos para pensar quem esta trabalhando no ensino deveria ao menos estar interessado em que os educandos aprendam, mas Luckesi reforça que isto não ocorre, sabendo que a  pratica da avaliação da aprendizagem, em seu sentido pleno, só poderá ser adquirida se tal ato acontecer. Mas o sistema social mostra o desinteresse em que o educando aprenda, já que a pouco investimentos na ares de educação, tanto no ponto de vista financeiro como também pedagógico.
          Mesmo não querendo tratar da questão do rigor cientifico e técnico, Luckesi o cita no texto como um dos encaminhamentos para a melhor forma de condução do ensino escolar, acreditando que se a pratica educativa ea avaliação sendo conduzidos com um determinado rigor cientifico e técnico, a avaliação venha a ser tornar um instrumento significativo da pratica educativa.
            No capitulo IV do texto, Lukesi volta  mais uma vez a comentar sobre o tema relacionado a diferença entre avaliar e examinar, pois vivenciando cenas do cotidiano, onde ver a mudança de crianças que saem da fase um, do ensino fundamental, para a fase dois, em relação sobre o que e a avaliação para elas, acredita que os conceitos e valores dão um grande salto, para pior, reforça dizendo. Essas crianças vinham de uma experiência de investimento no processo e passaram para uma experiência de um investimento no produto. Acredita que o ato de examinar não se preocupa se os estudantes aprenderam com qualidade, mas somente classifica os que aprenderam e os que não aprenderam.
           Luckesi ver a avaliação como diagnostica, pois tem como função investigar a qualidade do desempenho dos estudantes, podendo assim proceder ou não em uma interrupção para uma melhoria dos resultados, achando importante verificar o que foi aprendido como também o que não foi e ainda precisa ser reforçado. Assim o educador estará investido no processo e não só no produto. E cita mais uma vez as crianças, que acredita terem sofrido imposições da autoridade do sistema escola, e passaram a se importar com as notas e não mais com o aprendizado.
          Investir apenas no produto e o mesmo que aceitar a nota que o aluno tirou, e que ele não consegue ir além daquilo, assim dando por encerrado o processo. Não importando o resultado, seja ele positivo ou negativo, foi esse o obtido pelo educando. Já se for levar em consideração o processo, caso o aluno tenha um resultado negativo, terá que intervi para que a aprendizagem seja positiva, assim de toda forma agindo para atingir um produto, mas não qualquer produto, o melhor produto buscado.
          Para Luckesi a pedagogia que esta por trás de atividades escolares que buscam a preparação dos estudantes para o vestibular, e uma pedagogia que trata o ser humano como um ser que nasce pronto, não como um ser inacabado, para que estes educadores  pratiquem  o real significado de avaliação, e preciso que eles vejam o educando como um ser em movimento. “Os resultados não nos chegam, eles são construídos”.
          Luckesi termina este capitulo com um discurso dizendo que já esta mais do que na hora de por em pratica tudo o que foi discutido, esta na hora de investir no processo, pois só assim crianças e adolescentes criaram para si mesmo os valores que lhes orientaram na vida, abandonando esta ideia de buscar notas e não a qualidade. A avaliação da aprendizagem, deve ser absolvida para dentro das salas de aula, transformando bons discursos em boas ações.
          No capitulo V Lukesi cita três  razoes que geram dificuldades para que os professores passem a deixar de lado  hábitos antigos, que utilizam o exame, para novos hábitos que venha a utilizar a avaliação. A primeira razão seria as contribuições da historia da educação, a segunda o modelo de sociedade no qual vivemos e por ultimo a repetição inconsciente que ocorreu com cada um de nós, ao longo de nossa vida escolar.
           Ao final de seu texto Lukesi convida a todos os educadores a deixar as praticas antigas de lado e inovar com novas praticas, pois acredita ser este o principal caminho par se obter bons resultados, no que se diz respeito aos educandos, na aprendizagem escolar. Ainda a um grande caminho a ser percorrido para que a avaliação venha a substituir o ato de examinar.    


Referencia bibliográfica

 LUCKESI, Cipriano Carlos. Verificação ou avaliação: o que pratica a escola? In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 45-60.         
              A exclusão escolar pode ter como principal fator as más praticas avaliativas que vem sendo desenvolvidas na escola, esta deixa o aluno com receio de continuar no processo de aprendizagem. o professor deve ter muito cuidado ao avaliar seu aluno, deve buscar entender seus sentimentos, cotidiano, a historia de sua vida, pois tudo isso reflete no cotidiano escolar, alem de observar que cada aluno tem uma diferente maneira de aprender e também de mostrar o que aprendeu.    


Novos olhares sobre a avaliação, Jussara Hoffmann.
(síntese reflexiva)

O presente texto ira tratar de uma síntese reflexiva do texto “ novos olhares sobre a avaliação de Jussara Hoffmann.  No inicio de seu texto, Jussara coloca algumas questões sobre a exclusão que a avaliação vem provocando nas escolas, a avaliação vem sendo um obstáculo para muitas crianças e jovens que necessitam ingressar de uma serie para a outra, como os métodos de avaliação isto vem sendo cada dia mais difícil, e faz com que seja tirado o direito de muitos a terem uma educação progressiva e continua. Jussara conta algumas historia que representam bem as situações citadas à cima.
Após descrever brevemente a historia de três estudantes, de diferentes graus de ensino, Jussara reforça que o uso de testes e outros procedimentos avaliativos, é um massacre a vidas dos estudantes, pois estes são falhos no que se diz respeito a uma compreensão total da aprendizagem.  O que falta nos institutos de educação e uma ação educativa e de respeito e acompanhamento do desenvolvimento dos alunos. Jussara ainda cita em seu texto o vestibular como sendo o mais trágico processo de exclusão escolar.
Em seguida ela faz umas colocações bem interessantes e de fácil visualização, em nosso cotidiano, em relação às praticas avaliativas, que vem sendo cada vez mais estreitas e padronizadas, impedido que se enxergue o aluno como humano possuidor de um desenvolvimento singular. Ao decorrer do texto a autora cita alguns princípios, a seu ver, que fundamentam as pratica avaliativas discutidas em seu texto.
E lançada no texto a seguinte interrogação: serão os professores os responsáveis pelo fracasso dos alunos? Em seguida Jussara comenta sobre o primeiro principio que seria o comprometimento do educador e da escola com o juízo de valor emitido sobre o educando. Neste sentido o professor interpreta o que ver a partir de suas experiências de vida, sentimentos e teorias, por isso e muito difíceis para o professor dar-se conta de tal acontecimento, e acaba avaliando seu aluno de acordo com suas interpretações, que nem sempre estão de acordo com a verdadeira realidade, além disso, o professor avalia seu aluno partir do seu grau de saber sobre uma disciplina ou área de conhecimento.
Jussara afirma que querendo ou não, a partir das situações citadas a cima, o professor participa da construção de uma realidade escolar seletiva e excludente. O professor acaba centrado em sua ideia e não percebe o aluno. O aluno não e olhado a partir sua realidade concreta, de seus sentimentos, também não se preocupa em entender suas duvidas. E assim muitas crianças acabam despercebidas no ambiente escolar.
Prosseguindo, a autora lança mais um questionamento no texto, como tornar o professor consciente do seu envolvimento, do seu compromisso? Ela responde a partir da posição de Piaget, que diz que são as dificuldades que despertam a consciência das pessoas sobre sua ação, que tornam possível clarifica-la e compreende-la. Segundo Jussara o educador precisa tomar consciência sobre o caráter subjetivo da avaliação, que vem sendo discutido há algum tempo, mas sem resultados positivos. Assim a autora conclui dizendo que os professores não são os culpados pela situação dos alunos mais sim os responsáveis, podendo vir a ser culpados, dependendo de seu posicionamento.
Em seguida a autora entra na questão do segundo principio que fundamentam as praticas avaliativas, que esta relacionada ao respeito das diferenças entre os alunos, tendo em vista que exige sensibilidade, humanidade e cooperação entre os professores. Jussara articula sobre a critica que as escolas e universidades vem sofrendo, pela falta de respeito às diferenças individuais de cada aluno, sendo eles tratados como algo negativo, ou ate mesmo anormais.
Gardner (1995), e citado no texto de Jussara, pois diz que a intenção das escolas de tratar seus alunos de forma igual, e assim aplicando os mesmos tipos de teste, e inadequado em termos científicos e ofensiva em termos éticos. Muitos dos testes produzidos, são feitos para mascarar as diferenças e não para identifica-las. Sendo assim são poucos os alunos, que possui diferenças, que sobrevivem as comparações, constantemente feitas em sala de aula,  que resultam na exclusão e seletividade das escolas. Tais escolas são incapazes de perceber e valorizar as ricas experiências de vidas e diferentes formas de pensar de muitas crianças e jovens diferentes. Para Jussara, segundo Piaget, os professores só enxergaram essas diferenças, quando adquirirem a capacidade de se colocar racionalmente no ponto de vista de outras pessoas.
Jussara relata em seu texto, que o professor deve considerar que a investigação e compreensão das diferenças entre os alunos e suas limitações, pois estas sempre iram existir, deve ser assim compreendida como uma das mais significativas tarefas dos professores e não uma barreira em seu trabalho. O aluno por sua vez pode superar suas dificuldades de desenvolvimento moral e intelectual, se assim forem integrados em uma escola que amplie e enriqueça suas vivencias e experiências.
Seguindo a teoria de Piaget, sobre as etapas da vida, que vem a serem altamente significativas e precedentes as próximas conquistas, Jussara referindo-se ao processo avaliativo, destaca a importância de uma ação pedagógica problematizada e favorecedora de obstáculos que provoquem o surgimento dos equilíbrios como percursores de novas tentativas e erros, em busca da superação, abrindo assim novas possibilidades de entendimentos para os educandos. Jussara conclui dizendo que deve haver um olhar de respeito às diferenças dos estudantes, os educadores devem procurar conhece-los e admira-los do jeito que cada um e, em sua singularidade, ao em vez de compara-los com os demais.
O texto difunde mais um questionamento: a competitividade, na escola, não estaria preparando os estudantes a viver em nossa sociedade, altamente competitiva? Jussara mostra que a competitividade na sociedade inicia-se no ambiente escolar. Desde cedo esta competitividade e estimulada em sala de aula, tendo em vista que os alunos que “sabem mais” são valorizados, e os que “não sabem” são humilhados, quando os alunos comparam as notas que obterão nos testes, negam ajudar os alunos que possuem dificuldades, e se enturmam com os que “mais sabem” estão promovendo a exclusão e a competitividade na sala de aula.
Muitas das praticas escolares, que procuram promover a união e solidariedade entre os alunos, são praticas que acentuam a competitividade e a diferença entre grupos. Jussara mostra que são muitas dessas pratica, como por exemplo, a de manter a mesma turma durante o decorrer dos anos, faz com que os que possuem dificuldades, tenham duvidas fiquem com certo receio de se manifestar, já que são postos como “conhecidos”, por seus colegas e professores, estas praticas dificultam ainda mais a aprendizagem dos mesmos.
Jussara cita as provas de seleção, seja ela nas escolas ou para o vestibular, como fortes responsáveis em gerar entre os estudantes a competitividade ao individualismo, quando já ingressos na escola ou universidade este sentimento e reforçado no processo avaliativo, estabelecendo classificações, criando premiações. O que deve ser praticado nas escolas são processos que venham implicar um olhar valorativo e investigador sobre as diferentes formas de ser e pensar dos educandos e dos educadores, assim podendo ultrapassar o individualismo melhorando a produção de conhecimento escolar. Uma problemática e a autora levam em conta, e a que os professores são entre os profissionais em geral, os que menos discutem com seus colegas seus métodos de trabalho, sua matéria e também, observações sobre os alunos, dificultando assim, muitas praticas de aprendizagem.
Um dos pontos que Jussara discutir em seu texto, e o tempo que os professores têm para cumprir suas tarefas, já que este tempo e fragmentado para que ele possa exercer varias tarefas. Por exemplo, durante um ano letivo, o professor deve expor o conteúdo de sua disciplina, preparar avaliações, avaliar, dar as medias semestrais, as finais e assim por diante. Com tantas tarefas a serem realizadas o professor encontra dificuldades, ou ate mesmo, falta de tempo para perceber as diferenças e limitações de seus alunos.
Seria necessário um espaço de tempo maior para que o professor trabalhasse, e assim tivesse uma boa base para sustentar o conhecimento que o aluno vai adquirindo. Mesmo que o aluno passe mais tempo para adquirir certos conteúdos, isto seria bastante proveitoso, pois este permaneceria solido em sua aprendizagem. Jussara relata também em seu texto a dificuldade que o professor encontra em perceber uma grande quantidade de alunos em um curto período de tempo. Mesmo assim devem ser respeitadas as diferenças dos alunos no seu tempo de construção do conhecimento.
Jussara assim, conclui seu texto com uma citação de Freire, onde ele diz, “agente tem que lutar pra torna possível o que ainda não e possível. Isto faz parte da tarefa histórica de redesenhar e construir o mundo” (julho de 1991). Devem-se rever as praticas avaliativas que no momento limita e exclui os educandos, sair apenas de debates, mas por em pratica o que vem sendo debatido, e as possíveis soluções para uma avaliação que venha ser proveitosa para todos independentes de suas diferenças ou limitações.



Referencia bibliográfica: HOFFMANN, Jussara. Pontos & contrapontos do pensar ao agir em avaliação. 10. Ed. Porto Alegre: Mediação, 2005.   

Cotidiano - Sonho de professor Charges Uol



A professora da charge, com toda certeza, representa muito bem os professores de nosso país, que precisam ser valorizados, ter um bom salario, uma boa estrutura física da escola, uma jornada de trabalho onde ele possa se atualizar e estudar novas praticas de ensino, e assim se tenha inicio a um novo e verdadeiro processo de aprendizagem, ao qual professor, aluno, família e escola tirem proveito.   








Estudando o texto abaixo, consegui enxergar que ainda existe muitas dificuldades para serem superadas em relação ao processo de aprendizagem. Este processo vem com falhas desde de seu inicio e essas falhas são refletidas ate hoje nas escolas, o professor classifica, examina, pois foi assim que lhe avaliaram também, durante seu processo de ensino.  


De examinar para avaliar, um trânsito difícil mas necessário, LUCKESI         ( decálogo)

1-      “Para termos resultados novos no processo de ensino-aprendizagem em nossas escolas são necessários hábitos novos e estes, por sua vez, exigem novas aprendizagens, como também novas condições para exercita-las”.
Para que se tenha uma verdadeira avaliação da aprendizagem, nas escolas, necessitamos de obter novos hábitos, deixar os antigos de lado, mas também temos que ter acesso a novas condições, instrumento que possam ajudar na aprendizagem. O governo vem a ser um grande aliado para nos dar condições de colocar em pratica os novos métodos.                                                               
( LUCKESI, 2011  pag.67)
2-      “ Tem sido difícil, para nos educadores, transitar dos hábitos relativos aos exames escolares para hábitos relativos a avaliação. “
( LUCKESI, 2011 pag.67)
A transição e um momento muito difícil para os educadores, já que praticam nas escolas aquilo que lhe foi praticado. Sendo assim esta transição depende vários fatores e tem que ser observado que o professor precisa superar momentos de seu passado para poder colocar em pratica a avalição da aprendizagem.
3-      “ cinco séculos constitui um período de tempo bastante longo para que desejamos muda-lo rapidamente, como em um passe de mágica. A historia da educação moderna nos aprisiona, pois, o modelo examinativo no que se refere ao acompanhamento da aprendizagem dos educandos na escola. “
( LUCKESI, 2011 pag.68)
Temos que tem a consciência de que este modelo de avaliação, o examinativo, decorrer do resultado de vários anos de pratica, assim e necessário também um certo intervalo de tempo para tira-lo do sistema de ensino atual. 
4-      “Para mudar isso e preciso remover o peso desse modo de compreender e agir, que se apresenta como um “campo mórfico” ( na linguagem de Rupert Scheldrak¹) brindado e resistente a qualquer mudança. Assim sendo, não faz muito sentido condenar educadores que, hoje, ainda, não conseguem transitar do ato de examinar para o ato de avaliar na escola.”    
                                                                                             ( LUCKESI, 2011 pag.68, 69)
O ato de condenar e desnecessário pra este transito, o que se deve fazer e ajudar os demais professores que tem dificuldades nesta transição. Um ajudando o outro, assim chegamos lá. 
5-      “ A configuração histórica do modo de agir com os exames tornou-se resistente a mudanças, pois que ela oferece um modo confortável de ser, garantindo ao educador poder de controle sobre os educandos. Não e fácil abrir mão disso.”
( LUCKESI, 2011 pag.69)
Sabemos que este ato de examinar acaba fazendo com que o professor tenha o controle de seus aluno, sendo assim este um grande problema para acontecer este transito, pois nem todo professor gostaria de perder o controle de usa sala de aula.
6-       “ Segundo, o modelo social. Por trás dessa longa vivencia histórica dos exames escolares, que esta arraigada em nossas condutas e nos aprisiona, há o segundo  fator que dificulta a mudança: o modelo da sociedade vigente na modernidade, que e excludente.”
( LUCKESI, 2011 pag.69)
Um dos vários fatores que dificultam a transição do exame pra a avaliação da aprendizagem e o modelo da sociedade em que vivemos, um sociedade excludente, classificatória. Segundo o modelo da sociedade somos divididos em pessoas “inteligentes” e pessoas “burras”.
7-      “ Terceiro fator, a experiência biográfica de cada um de nos educadores. Este fator atua fortemente na constituição e manutenção da resistência a o transito do ato de examinar para o ato de avaliar. Durante nossa vida escolar pregressa, fomos excessivamente examinados, o que quer dizer “ ameaçados com os exames escolares”.”
( LUCKESI, 2011 pag.70)
Um outro fator que contribui para que o professor deixe de examine e passe a avaliar, esta relacionado  a experiência biográfica dele. Ele quando aluno, foi atormentado pelos exames, então sente a necessidade de praticar o mesmo com seus alunos.   
8-      “ Para transitar do ato de examinar para o ato de avaliar na escola, necessitamos de proceder a uma metanoia, termo grego que significa conversão. Conversão, aqui, não tem nada haver com “conversão religiosa”; tem haver, sim, com ultrapassagem de conceitos e modos de agir que já não mais nos auxiliam em nosso caminhar pela vida e pela atividade profissional. “
( LUCKESI, 2011 pag.71)
Deve-se mudar os conceitos e modo de agir, pois vivemos em uma nova era que nos oferecem novas maneiras de agir, mas muitas pessoas ainda existem em continuar examinando pois não se utiliza destes novos métodos para mudar suas concepções e assim passar a avaliar de verdade os  educandos.
9-       “Avaliar e um ato subsidiário da obtenção de resultados positivos com nossa ação. Ninguém de nos, em sã consciência, age para obter insucesso. Todo desejamos sucesso. Por que, então, na pratica educativa, nos contentamos com o fracasso de nossos educandos; ou , pior ainda, ficamos felizes, quando geramos esse fracasso com as provas desnecessariamente complicadas que elaboramos e aplicamos em nossos educandos? A avaliação subsidia, em qualquer atividade humana, o resultado bem- sucedido.”
          ( LUCKESI, 2011 pag.71, 72)
A avaliação deve ser vista como um ato positivo para se chegar ao conhecimento, sucesso, resultados positivos , mas muitos professores tem o prazer de utilizar provas para “rebaixar” seus alunos, passam questões que muitas vezes nem ele próprio sabe responder. 
10-  “ Caso desejamos transitar do ato de examinar par o ato de avaliar, todos os dias, antes de nos dirigirmos para o contato com nossos estudantes na sala de aula, necessitaremos de repetir um proposito: ” nunca mais atuarei com os atos examinativos  em minha sala de aula”.                                             
                                                                                                  ( LUCKESI, 2011 pag.72)
E preciso que o professor passe a seguir um proposito, o de que não ira utilizar mais exame em sala de aula, e assim consiga deixar de examinar e passe a avaliar, pois o professor e o único que pode mudar esta realidade.


Referencia bibliográfica: LUCKESI, Cipliano Carlos. De examinar para avaliar, um trânsito difícil mas necessário. In: LUCKESI, Cipliano Carlos. avaliação da aprendizagem  aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, pg. 67-72.         

terça-feira, 3 de novembro de 2015


E preciso valorizar o papel dos professores em sala de aula, além de muitas outras coisas, para se ter um bom processo de aprendizagem






O seguinte fichamento foi retirado do texto:  Uma polemica em relação ao exame de  Ángel Díaz Barriga. Ao estudar o texto foi visto que o exame e uma pratica desnecessária, pois não leva a aprendizagem, e que são muitos os fatores para se ter um bom processo de aprendizagem, como por exemplo, a administração escolar, estrutura física da escola, o reconhecimento do trabalho dos professores e alunos também. 


UMA POLÊMICA EM RELAÇÃO AO EXAME – Ángel Díaz Barriga (FICHAMENTO)


“Estas justificativas criam novos fetiches pedagógicos que se caracterizam por sua debilidade conceitual, como no caso de termos como “qualidade da educação”. Por outro lado, são estabelecidos instrumentos que legalizam a restrição à educação: este é o papel conferido ao exame (…) o exame não indica realmente qual é o saber de um sujeito.”                                                                               
                                                                                            (Barriga, 2003 pg.54)
  Muitos acreditam que o exame e um elemento necessário para a educação, porem muitos estudos da área dizem ser falsa esta afirmação. Existem varias  evidências de que antes da Idade Média não existia um sistema de exames ligado a prática educativa. A atribuição de notas ao trabalho escolar é uma herança do século XIX à pedagogia, uma herança que vem trazendo uma serie de problemas.

Quando a sociedade não pode resolver problemas de ordem econômica (definição de orçamentos), de ordem social (justiça na distribuição de satisfações), de ordem psicopedagógica (conhecer e promover os processos de conhecimento de cada sujeito) transfere esta impotência para uma excessiva confiança em “elevar a qualidade da educação”, só através de racionalizar o uso de um instrumento: o exame.”

(BARRIGA, 2003 pg 56)
                                                          
O exame é somente um instrumento que não pode por si mesmo resolver os problemas gerados em outras  interesses sociais Não pode ser valido quando a estrutura social não e; não pode melhorar a qualidade da educação quando existe uma drástica limitação de informação e os docentes se encontram mal pagos; não pode melhorar os processos de aprendizagem dos estudantes quando não se atende nem à adaptação mental dos docentes, nem ao estudo dos processos de aprender de cada sujeito, nem a uma análise de suas condições materiais. Todos estes problemas, e muitos outros que concentram sob o exame, não podem ser resolvidos favoravelmente só através deste instrumento.


“O exame deixou de ser um aspecto do método ligado à aprendizagem. Por outra parte, “perverteu” a relação pedagógica ao centrar os esforços de estudantes e docente apenas na certificação. (…) Assim, quando o exame era parte do método, tinham que resolver todos os problemas de aprendizagem através de diversas tentativas metodológicas. Com o aparecimento de novas funções do exame: certificar e promover, quando existe uma dificuldade de aprendizagem, os professores e as instituições (caso do exame departamental) aplicam exames.”
(BARRIGA, 2003 pg 61)

Se for feita uma revisão cuidadosa na história da educação nota-se que em muitas práticas pedagógicas não existiu nada similar aos exames. Pode-se ver  que o  exame está ligado diretamente ao método. O exame seria a última opção de método que pode ajudar a aprender. Portanto, através do exame não se decide nem a promoção do aluno nem sua nota. Quando o aluno não aprende, e recomendado que o professor revise seu método. Ainda assim, explicitamente indica que o aluno não deve ser castigado, porque criaria uma aversão ao estudo.


“O exame, desta maneira, não só esconde sob seu reducionismo técnico uma infinidade de problemas, mas só inverte as relações sociais e as apresenta só numa dimensão pedagógica e inverte os aspectos metodológicos para apresentá-los numa dimensão de eficiência técnica, mas que, também, se conforma historicamente como um instrumento ideal de controle.”
(BARRIGA, 2003  pg 63)


Por trás da pedagogia do exame existem vários problemas, alguns deles seriam o fato de se tratar de uma pedagogia articulada em função de certificações, descuidando da formação, processos cognitivos e da aprendizagem, e passe a ser um instrumento de controle.


A construção de provas de inteligência(BINET, 1905) constituiu um enclave privilegiado para justificar as diferenças sociais apresentando-as apenas como individuais. Através do conceito de coeficiente intelectual se reduziu o problema da injustiça social a uma dimensão biologista. A sociedade fica liberada dos problemas éticos que criam a injustiça quando pode mostrar que as diferenças sociais são unicamente o resultado das diferenças biológicas.”

(BARRIGA, 2003 pg 64; grifos meus)


Os exames vem com o objetivo de medir a inteligência, podendo assim justificar as diferenças sociais , onde que sabe mais, ou seja teve maiores notas na escola, tem uma condição de vida econômica mais elevada, deixando de lado a parte da sociedade que vive na miséria, que as culpam por não terem melhores notas. 

 (BARRIGA, 2003 pg 63)


“São os princípios da administração científica os que utilizam o termo controle. Na evolução de seu manejo, este termo conforma um mais sutil, porém igualmente efetivo: Avaliação. A substituição de um por outro se deve à necessidade de utilizar um termo neutro (avaliação) que reflita uma imagem acadêmica e simultaneamente possibilitar a ideia de controle.”
(BARRIGA, 2003 pg 72)

Seja qual for o termo que se utiliza para identificar o que e  avaliação, ela sempre terá o mesmo objetivo, estas substituições de nomes, como por exemplo, de exame para teste e logo após para avaliação, se deram apenas para que fosse passada a ideia de um termo que possa poça mostrar a avaliação como uma imagem academia e ao mesmo tempo uma forma de controle.  

“ Os professores só preparam os alunos para resolver eficientemente os exames e os alunos só se interessam por aquilo que representa pontos para passar no exame. O exame moderno (com seu sistema de notas) se converteu, de fato, num instrumento adequado para a perversão das relações pedagógicas. Esta não se prende mais ao desejo de saber. (…)
Frequenta-se a escola para obter notas...”
                                                                                        (BARRIGA, 2003 pg 77)

Hoje nas escolas os alunos são preparados, por seus respectivos professores, para resolver apenas os exames, ou seja, os alunos procuram aprender, e o pior decorar, apenas o conteúdo que ira precisar para realizar o exame e ter sua nota. Os alunos de hoje não são mais instigados a obterem o deseja de saber, só este ira resolver o problema da aprendizagem. 

“ Piaget nunca tentou atribuir números aos processos cognitivos de um sujeito; ele percebeu que o problema era descrever e compreender os estágios e sua evolução e não qualificá-los.”
                                                                                        (BARRIGA, 2003 pg 82)

Deveria ser seguido aquilo que Piaget estudou, onde não se pode atribuir notas a evolução dos processos cognitivos de um individuo e sim procurar entender este processos, para ver a melhor forma de se passar o conhecimento.

“Tampouco a contratação de quem terminou seus estudos depende de suas notas, pois, tal como mostram diversas teorias econômicas- mercado segmentado, conflitos pelo status, correspondência- a obtenção de um emprego obedece a fatores totalmente independentes do processo escolar.”
                                                                             (BARRIGA, 2003 pg 82)
                                                
                                                  As notas que adquirimos em nossa vida acadêmica não ira importar para o mercado de trabalho, este vai querer absolver de você os conhecimento que atribuiu para exercer sua função no mercado.

“Podemos concluir que a pedagogia, ao preocupar-se tecnicamente com os exames e notas, caiu numa armadilha que a impede de perceber e estudar os grandes problemas da educação.”
                                                                                                    (BARRIGA, 2003 pg 82)

A excessiva busca de melhorar o individuo melhorando suas notas, fez com que a pedagogia fechasse os olhas para perceber as diferentes formas de inteligência de cada individuo, e assim tentar resolver os problemas da educação. 




Referencia bibliográfica:

BARRIGA, Angel Diaz. Uma polêmica em relação ao exame. In:ESTEBAN, Maria Teresa (Org.). Avaliação: uma pratica em busca de novos sentidos. 5.Ed.Rio de janeiro: DP&A,2003,p.51-82.



A seguinte texto ira discutir sobre a avaliação classificatória, que e vista pro muitos estudiosos como um elemento que desfavorece a o processo de aprendizagem, ao classificar muitos alunos se sentem inferiores e acabam desistindo da escola, esse pode ser um dos problemas da grande evasão escolar de jovens em nosso pais.                                       




Ser professora: avaliar e ser avaliada 

Síntese 

Quando se pensa em escola consequentemente se vem à cabeça a avaliação, objeto que vem sendo constantemente discutido dentro e fora da escola. As criticas vem com o intuito de transformar a avaliação em algo diferente, que vem sendo acompanhada de propostas de mudança curriculares e transformação no sistema de avaliação, causando impacto na dinâmica em sala de aula, na gestão escolar e também na organização do sistema educacional. Por isto os autores vem apresentar suas indagações, reflexões, experimentações, controvérsias, trazendo suas experiências para o dialogo.
E cedida constantemente ao professor à tarefa de avaliar seus alunos, de informar o que cada aluno sabe e atribuir valores a se conhecimento, para que a sim seja exposta aos estudantes, a outros profissionais e aos pais. A tarefa de avaliar e dada como uma responsabilidade exclusiva do professor que deve apresentar o instrumento que será utilizado elabora-lo, aplicar tal instrumento e por fim analisar, tudo isso acompanhado de uma pressão decorrentes da repercussão do resultado na vida dos alunos e alunas. Tal processo que deveria partir de uma ação coletiva, e apenas partilhada com poucas pessoas, onde deveria estar sendo um processo coletivo e plural, que envolvesse todos que tivessem uma relação pedagógica.
A avaliação e vista no ambiente escolar, por professores e alunos, como uma pratica social que visa dar poder para manipular e dominar o mundo. A avaliação classificatória traz a ideia de mérito, julgamento, punição e recompensa, causando assim o afastamento dos sujeitos que se encontram constante mente nas praticas escolares. O conhecer e visto como um medidor, que mede o objeto o avalia para que ele possa ser exposto em uma hierarquia da sala de aula, da escola e da sociedade. Para se medir o conhecimento alunos e professores estão sempre rodeados de instrumentos e procedimentos, como provas, testes, exercícios, boletins. Tal instrumento vem com o intuito de substituir a subjetividade que constitui a dinâmica escolar, por um resultado quantitativo, que e compreendido como demonstração da aprendizagem adquirida.
Os autores acreditam que o processo de avaliação, que venha a medir o conhecimento para classifica-lo deve ser descartado pelo professor que quer proporcionar uma aprendizagem pra toda sua turma, pois esta e uma dinâmica que isola o sujeito, dificulta o dialogo, reduz o espaço de solidariedade e de cooperação e estimula a competição, portanto e ineficaz para o professor que deseja ensinar para todos os seus alunos e alunas.
O dia a dia na escola mostra como e delicado o entendimento que se tem entre sujeito e objeto do conhecimento. A avaliação impõe uma relação de poder sob o professor, pois remete uma ação do professor sobre os alunos. Mas de certa forma os valores impostas pela avaliação para os alunos, também dão valores a o professor, vista assim que o rendimento de sua turma indica seu desempenho, portanto o professor ao avaliar também e avaliado. Como o professor passa a ser avaliado, se torna também objeto. Deste modo passa a ser necessário o distanciamento sujeito/objeto para que seja feita uma boa produção do conhecimento e para a realização de uma dinâmica escolar eficaz. Assim chama de relação intersubjetiva que e baseada na classificação, e propõe transformar o outro em objeto.
Muitos dos professores tema avaliação como o único processo que conhecem, e ainda não conseguem escapar das relações na qual o processo escolar se traça entre estudantes, professores, famílias, procedimentos didáticos, organização pedagógica, relações pessoais, relações institucionais, afetos, projetos, contexto social, saberes, não saberes entre vário outro elemento relacionados ao ambiente escolar. Todo professor sabe que tudo a quilo que ele impõe ao aluno, recai sobre si mesmo, ele sabe que a avaliação quantitativa não e uma boa opção, mas, também sabe para excluir essa avaliação classificatória, que classifica e exclui, e preciso mudar muita coisa no ambiente escolar e em si mesmo.
Diante de tantas situações, os professores vivenciando tantos atos de avaliar e ser avaliado surge ambivalência da avaliação: e preciso classificar para ensinar, mas classificar não ajuda a ensinar melhor, nem a aprender mais, o ato de classificar gera a exclusão, e para se ensinar e indispensável à inclusão. O professor passa também a avaliar o aluno apenas observando, assim sendo capaz de julgar quando uma resposta, mesmo que esteja errada, representa algum avanço para alguns ou um esforço significativo para outros, ou então desinteresse, falta de compromisso. Este tipo de avaliação propõe que uma mesmo resposta pode ter valores diferentes, pois corresponde a um processo diferente, tendo que essa diferença não venha a ser classificadas ou medidas. As situações vividas no cotidiano em sala de aula mostram que a avaliação classificatória não e uma boa alternativa, que a avaliação deve trilhar novos caminhos.

Foi analisado ate o momento que a avaliação classificatória e um processo social profundamente marcado pela dinâmica de produção de conhecimento, características das ciências naturais. A autora considera a avaliação como tarefa escolar inscrita num conjunto de práticas sociais que tomam o conhecimento como meio para manipular e dominar o mundo, percebido mediante uma concepção mecanicista da natureza, fazendo-o funcionar segundo as determinações de um sujeito a-histórico, que conhece para prever os fenômenos e para controlá-los. A autora destaca em seu artigo que a prática de avaliação que pretende medir conhecimentos para classificar os estudantes, apresenta-se como dinâmica que isola os sujeitos, dificulta o diálogo, reduz os espaços de solidariedade e de cooperação e estimula a competição. Enfatiza, ainda, que essa prática exclui do processo ações indispensáveis para um contexto pedagógico favorável à aprendizagem, sendo, portanto, insuficiente para o professor que deseja ensinar a todos os seus alunos e alunas.
E na escola que vem sendo encontradas evidencias de que o processo avaliativo de mudar, e que de certa forma vem mudando por quem o pratica diariamente, onde às vezes uma atividade igual ganha um sentido diferente, e muitas das vezes nova praticas não passam apenas de uma nova versão das praticas que criticam. A avaliação tem sido pensada, pelos autores, como uma pratica de investigação que tem a possibilidade de distanciamento da avaliação classificatória. E no cotidiano que sempre estamos sendo avaliados, é e nele que temos que encontrar marcas dos caminhos que devem ser seguidos e percorridos, marcas que passam despercebidas, mas estão lá.  
Par que se pratique um novo método de avaliação e preciso novos instrumentos e procedimentos que ajudem a dar voz e visibilidade ao que e silenciado e apagado, para não, mas controlar e classificar mais sim compreender e interagir. E destaca possibilidade de produzir analises que compreendam e interajam com crianças das classes populares, que há muito tempo vem sendo negada nas escolas e por consequência se e negado o saber as mesmas.
Em virtude dos fatos mencionados concluísse que os autores acreditam que  a avaliação classificatória causa uma má impressão a seus críticos, que acreditam que este tipo de avaliação vem marcando, expondo e excluindo os alunos que não aprendem os educadores que não ensino, as famílias que não colaboram, os funcionários que não tem competência. Avaliar seria a possibilidade de compartilhar, um processo coletivo, onde todos se aventuram no conhecimento buscando seu autoconhecimento.

ESTEBAN, Maria Tereza. Ser professora: avaliar e ser avaliada, In: ESTEBAN, Maria Tereza (org.). Escola, currículo e avaliação. 2.ed. São Paulo, Cortez, 2005, p 13-37.